Conhecida como capital da Amazônia, Manaus é uma terra de encantos, de um povo trabalhador e palco de grandes eventos. Quem vem a cidade encontra vários motivos para se apaixonar, seja pela natureza, pela beleza do manauara, pela rica cultura ou ainda por seu povo acolhedor. Aqui, o antigo e o moderno se misturam com as cores, costumes e sabores.  

Com 2.145.444 habitantes, de acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital amazonense tem diversas fases com características dos povos que habitam esta terra. A miscigenação manauara começou ainda no período da colonização, e se perpetua até os dias atuais. A mistura vai além do credo, da cor, das raças ou etnias indígenas. Uma fusão que agrega valor e constitui uma só cultura.

A cara de Manaus também está no sabor de cada dia. Quem ouve a expressão “quem come jaraqui nunca mais sai daqui” a princípio fica até surpreso, mas acaba por se encantar por este peixe com paladar único. Pratos feitos com o tucunaré, o tambaqui e o pirarucu também são tradicionais e já ganharam repercussão na gastronomia internacional por seus sabores e aromas indescritíveis.

O “X-Caboquinho” é outro que conquista o turista pela junção dos gostos do tucumã, do queijo coalho e da banana frita num único sanduíche. A iguaria amazonense é consumida no café da manhã, no lanche da tarde ou no jantar.

“Não tem hora certa para se deliciar com esse prato típico de Manaus. Só no Amazonas há a junção desses três produtos, que podem ser consumidos no pão ou na tapioquinha”, relata a dona Maria Iraci, tradicional feirante que possui uma banca na Feira do Parque 10 há 15 anos.

O povo manauara é bonito de se ver…

Uma cidade de contraste e bastante calorosa, tanto no clima como no jeito de receber o outro. O sorriso caboclo e a fala “chiada” são características de quem vive na cidade. O manauara é conhecido mundialmente pela recepção afetuosa que faz qualquer um se sentir em casa. Um lugar que chama a atenção e abraça as pessoas.

História

Inaugurada em 1669, Manaus é terra do povo indígena conhecido como Manáos, que habitava a região e deu origem ao nome da capital amazonense. O forte de São José da Barra, idealizado pelo capitão de artilharia Francisco da Mota Falcão, foi construído para assegurar o domínio da coroa de Portugal na Amazônia. Durante 114 anos, o forte manteve suas atividades de defesa.

Manaus só ganhou status de cidade em 24 de outubro de 1848. Na época, ela era um pequeno povoado habitado por cerca de 3 mil habitantes. A então pequena localidade contava com uma praça, onde hoje fica a Igreja da Matriz, 16 ruas e quase 250 casas.  

Evolução

Manaus foi uma cidade que evoluiu rapidamente e logo se transformou em uma capital imponente, rica e exemplo para o resto do País. Parte disso se deve ao período áureo do Ciclo da Borracha, no século 19. Investidores do mundo inteiro se voltaram para Manaus por conta da exploração do látex.

A chegada de pessoas de outras culturas contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento e melhoramento da estrutura da capital, que ficou conhecida como a Páris dos Trópicos. As mudanças vieram nos costumes, nas paisagens, na estrutura e no comportamento do seu povo. Um marco significativo para a evolução da cidade.

“Manaus transmite sensações e leva você a sentir como é bom estar aqui”, diz o turista carioca Ewerton Fintelman, de 27 anos, que visita a cidade desde 2008.

Principal economia

Há mais de cinco décadas, a economia teve uma reestrutura e ganhou força com a fabricação de produtos feitos a partir dos seus recursos naturais. No rosto do manauara é possível ver os traços do trabalho e da luta pelo sustento e desenvolvimento dessa capital. Símbolo da economia do Amazonas, a Zona Franca de Manaus (ZFM) produz tecnologia de ponta com preço competitivo, gera milhares de empregos e, ao mesmo tempo, tem papel fundamental para manter a floresta em pé.

A palavra preservação faz parte do dia a dia de quem vive nessa região do Brasil, pois todos sabem da importância da Amazônia para o mundo. Marcada pela vazante e pela cheia dos rios, a cidade tem praticamente duas estações climáticas: o verão (marcada por temperaturas acima de 30º) e o inverno (período de chuvas fortes e constantes).

A sofisticada infraestrutura aliada a um conjunto arquitetônico de importância histórica faz de Manaus uma das metrópoles mais singulares do país: portão de entrada da maior floresta tropical do mundo.  Manaus, que completa 350 anos em 2019, reúne diversas tendências históricas e temporais.

“A capital amazonense mistura o neogótico, clássico greco-romano, neorrenascentistas e outras características arquitetônicas que ganharam o mundo. Ela é eclética e dança por períodos culturais e artísticos, transformando a cidade em um lugar belo e que atrai as pessoas”, relatou o historiador e artista plástico Otoni Mesquita.  

A cidade oferece um leque diversificado de possibilidades de lazer como bares, restaurantes, casas noturnas, teatros, museus, centros culturais, parques ambientais, praias e balneários públicos, além de múltiplas opções de compras em vários shoppings, galerias e lojas especializadas.

A metrópole da Amazônia possui arranha céus e também uma cidade flutuante, onde famílias inteiras moram em uma ilha em cima de um dos maiores rios da Amazônia. Quem visita a região se depara com uma variedade de atrações voltadas para o turismo histórico ou ecológico.

Porto de Manaus

No Centro, a zona portuária chama a atenção. Vistos de cima, as embarcações que levam pessoas e mercadorias para cidades de toda a Região amazônica parecem brinquedos. Na região também é possível visitar outro símbolo arquitetônico de Manaus: o Mercado Municipal Adolpho Lisboa. Recém reformado, ele abriga muitos vendedores de artesanato, carne, peixes, plantas e ervas medicinais.

Polo Industrial

Do alto também é possível ver a imensidão de uma das fontes econômicas da Amazônia.  O Polo Industrial de Manaus (PIM) reserva benefícios para quem decide investir na Amazônia e atrai centenas de empresas nacionais e internacionais, proporcionando emprego e renda para a população.

A motocicleta, o relógio, o celular ou a televisão fabricados na ZFM são itens que estão presentes na casa e no cotidiano das pessoas. O Polo Industrial vem se modernizando de acordo com a política do mercado mundial. A quarta revolução industrial, conhecida como indústria 4.0, já chegou por aqui.  

Estádio

O templo do futebol amazonense, a Arena da Amazônia – Vivaldo Lima com seus 352 painéis metálicos formam um paneiro – uma espécie de cesto indígena comum na região. O estádio, localizado na Avenida Constantino Nery, que recebeu jogos da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada 2016, chegou a 2019 com o custo de R$ 1 milhão por mês.

Com capacidade para 44.300 pessoas sentadas, a Arena da Amazônia é um espaço multiuso, com padrão internacional, que pode receber jogos de futebol, shows, eventos, feiras e visitações.

Encontro das Águas

O Encontro dos rios Negro e Solimões é um dos fenômenos mais visitados do Amazonas e fica localizado há 20 minutos do porto da cidade. Ele dá às boas-vindas a quem chega na cidade.

Principal cartão postal da capital amazonense, o duelo de águas impressiona e atiça a curiosidade sobre a causa e efeito dessa composição. Passar por Manaus e fazer um passeio de barco para ver o impressionante fenômeno é inevitável.  

Reserva Adolpho Ducke

Com mais de 10 mil hectares de floresta, a Reserva Adolpho Ducke está cravada no meio da cidade e leva os visitantes a mergulhar em um local que permite a aproximação do homem com a natureza ainda preservada.

São três quilômetros e meio de trilhas, com eventuais obstáculos naturais, incluindo dois cursos d’água, onde os turistas vivem a experiência da selva amazônica. O ponto alto do espaço é a torre de observação sobre a copa das árvores. São 242 degraus, 42 metros de altura que equivale a um prédio de 14 andares. Os visitantes podem respirar o ar puro vindo da mata, enquanto tiram fotos e apreciam o pôr do sol mais exuberantes do planeta.  

Teatro Amazonas

Símbolo do Ciclo da Borracha, o Teatro Amazonas é considerado um dos espaços culturais mais importantes e imponentes do País. Fruto do período em que Manaus viveu o apogeu de riqueza, o espaço se mantém vivo e em plena atividade.

Suntuoso, o edifício com estilo renascentista guarda sempre um detalhe a mais para quem decide explorá-lo. O teatro comporta 700 pessoas e a sua cúpula feita com escamas de cerâmica, que lembram a bandeira brasileira, chama a atenção de quem visita a região central da cidade.

A casa de espetáculos está localizada no coração de Manaus e recebe grandes apresentações do circuito artístico nacional e internacional. Quem vem à cidade não pode deixar de conhecê-lo.



Ponta Negra

Localizada à margem esquerda do rio Negro, a Praia da Ponta Negra faz parte de um dos complexos turísticos mais bonitos da cidade, que se despontas entre os principais cartões postais da cidade.

Possui orla urbanizada, quadras para prática de esporte e um anfiteatro onde são realizadas apresentações musicais, espetáculos teatrais e outras atrações.  O complexo turístico está localizado em uma das áreas mais nobres da cidade, onde ficam condomínios de luxo. O local tem praia de areias brancas e amplo calçadão, que são utilizados como palco de expressão cultural artística, lazer e point de entretenimento por pessoas de todas as idades.

O ponto também oferece uma bela visão da Ponte Phelippe Daou, conhecida como ponte Rio Negro.  

Ponte Rio Negro

A Ponte Jornalista Phelippe Daou, popularmente conhecida como Ponte Rio Negro, é uma ponte estaiada que atravessa o Rio Negro e liga os municípios de Manaus, Iranduba e Manacapuru. A Ponte Rio Negro foi inaugurada em 2011 no dia do aniversário de Manaus, 24 de outubro.

Com 3,6 quilômetros de extensão (3.595 metros), a obra custou mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, sendo R$ 586 milhões do BNDES e R$ 513 milhões do Governo do Amazonas. Ela é considerada a maior ponte fluvial e estaiada (suspensa por cabos) do Brasil.

O grande compositor amazonense Chico da Silva descreveu em uma linda canção como é a experiência de conhecer Manaus. Veja a letra:

“É um domingo de verão
Estou pensando em me banhar na ponta negra
Se não quiser eu posso dar uma chegadinha
No famoso tarumã
Visito o parque dez e vou chegando
Até a ponte da Bolívia
Menina quando entro nessa onda
Esqueço até o amanhã
Do Rio Negro de barquinho vou curtindo
O panorama da cidade
Areia branca e água preta e alvinegra
Dessas flores eu sou fã

Resolvi falar
Pra quem não visitou e conheceu Manaus
Tô dando a dica que resolve logo
Que tua alma vai sair do caos
(bis)

A Zona Franca colorida e tentadora
Vai prender o forasteiro
Mas não esqueça de comprar a tua cuia
Pra tomar um tacacá
Convida a morena cor de jambo
Do sorriso mais brejeiro
Cuidado meu amigo, muita calma
Vai com jeito, devagar
Pela estrada colorida,
Pelas flores meu amor vai me levando
No Vivaldão eu vou pegar um futebol
E meu domingo completar

Resolvi falar
Pra quem não visitou e conheceu Manaus
Tô dando a dica que resolve logo
Que tua alma vai sair do caos”


Depois desse relato sobre o que você pode encontrar nesta cidade cravada no meio da floresta amazônica, é importante saber que a cidade proporciona o encontro do urbano e da floresta; uma reunião do clássico e do moderno em único espaço. Uma terra de oportunidades marcada pelo calor – seja do sol ou do coração.  

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